AVALIAÇÃO HEURÍSTICA do e-commerce farm: Propostas de melhoria focadas no fornecimento de experiência personalizada
Data
Dez/2022
Empresa
SOMA | Farm
INTRODUÇÃO
A avaliação heurística dos produtos do Grupo Soma, com foco especial no e-commerce da Farm, tem como objetivo analisar a eficácia da plataforma digital da marca em termos de usabilidade e experiência do usuário. Este processo envolve a aplicação de princípios heurísticos para identificar e avaliar aspectos como a clareza da interface, a facilidade de navegação, a consistência visual e a acessibilidade.
Nesta análise, serão examinados diversos elementos do e-commerce da Farm, incluindo a estrutura de navegação, a apresentação dos produtos, o processo de checkout e a adequação ao público-alvo. O intuito é detectar pontos fortes e áreas que possam ser aprimoradas, fornecendo recomendações práticas para otimizar a plataforma e garantir uma experiência de compra online excepcional.
Ao realizar esta avaliação heurística, buscamos não apenas melhorar a funcionalidade e a estética do e-commerce da Farm, mas também fortalecer a lealdade dos clientes e impulsionar o sucesso comercial da marca. Com insights valiosos e recomendações estratégicas, esperamos contribuir para a criação de uma plataforma que ofereça uma experiência de compra digital envolvente e eficaz, alinhada às expectativas e necessidades dos consumidores modernos.
Serão examinados aspectos de usabilidade e acessibilidade, incluindo navegação, apresentação de produtos e processo de checkout. A proposta traz sugestões de melhoria com foco em personalização da experiência do usuário e inclusão de funcionalidades estratégicas para aprimorar a satisfação e a retenção do cliente.
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ENTREGAR MAIS VALOR AO CLIENTE ATRAVÉS DE UMA EXPERIÊNCIA PERSONALIZADA
A capacidade de utilizar dados para personalizar a experiência do usuário tem gerado impactos positivos não só no alcance de campanhas e produtos, mas também na automação de diversas aplicações.
As possibilidades de personalização são infinitas e devem considerar as particularidades do seu negócio e dos seus usuários. Por isso, uma parte importante para realização de estratégias de web personalization consiste em entender de forma inteligente, ou seja, através de dados, os principais pontos de melhoria a serem aplicados.
Os usuários esperam que os produtos e serviços sejam adaptados a eles, e muitos usuários agora abandonarão produtos ou serviços que não fazem isso porque sabem que podem encontrar esse nível de personalização em outro lugar.
Como os produtos e serviços cresceram e se tornaram praticamente on-demand, a necessidade de conveniência dos usuários e sua expectativa de facilidade e velocidade crescem junto com ela.
É por isso que é tão importante incluir a personalização como uma das peças-chave na construção da experiência do usuário de um produto.
Nossa pesquisa mostra que 71% dos consumidores esperam que as empresas entreguem experiências personalizadas. E 76% ficam frustrados quando isso não acontece. (Mckinsey, 2021)** Dados obtidos através do site McKinsey.
INFORMAÇÕES A MUITOS CLIQUES DE DISTÂNCIA
Talvez um dos maiores benefícios trazidos pela web personalization é ter informações e peças de interesse do usuário, que antes precisaria de algum tempo de exploração na aplicação, de fácil acesso.
Sabemos que a Regra dos 3 Cliques é um mito ultrapassado de quando haviam poucas recomendações e práticas para desenvolver bons sites. Mas trazer o que o usuário quer ver para o mais próximo dele possível é mostrar cuidado e gerar valor.
As promoções personalizadas na página inicial influenciaram 85% dos consumidores a comprar, enquanto as recomendações de carrinho de compras personalizadas influenciaram 92% dos compradores online. (Kibo)*
O site da Ralph Lauren é claro e objetivo, sem precisar deslizar muito a tela para encontrar a oferta de ter uma página personalizada com peças de acordo com a procura e gosto do usuário.
São pequenos passos. Você escolhe as opções que mais se aplicam as suas preferências, seleciona suas opções de estilo e pronto!
Ao fim, você recebe a proposta de criar uma conta e ter sempre opções personalizadas na sua página inicial, com as novidades e peças no seu estilo com desconto.
Logo abaixo, é exibido um carrossel com propostas de peças de acordo com sua preferência e a possibilidade de efetuar a compra.
A personalização não é mais um luxo opcional, se tornou a realidade de grandes marcas. A única maneira de as empresas se manterem relevantes e competitivas é adaptar a experiência do usuário as suas aplicações por meio da web personalization.
Alternativa de Redesign e criação de nova funcionalidade
Uso de dados nas marcas da SOMA
Alguns produtos
Sim
Não
Marca
Sugestões na Landing Page
“Pessoas que viram este produto também compraram” na tela de produto
“Você também pode gostar” na tela de produto
Animale
By NV
Cris Barros
Dzarm
Fábula
Farm
Foxton
Hering
Maria Filó
Off Premium
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Acessibilidade
A falta de acessibilidade digital impacta diretamente na experiência e interface do usuário (UX|UI design), pois sites e apps desenhados para as pessoas sem deficiência, possuem muitas barreiras de comunicação e de acessos no geral, que estão excluindo uma grande parcela da população.
Crianças, pessoas jovens, pessoas com e sem deficiência, e também idosos. Mas não para por aí! As marcas também ganham com isso, pois websites que possuem design acessível, abrem suas portas para um público que antes não era visto e ainda garante um melhor posicionamento no Google Search.
Acessibilidade para deficientes
Existem várias técnicas de acessibilidade em UX. Para exemplificar, usaremos o caso de pessoas cegas que navegam com o auxílio de leitores de tela, ferramentas de acessibilidade que realizam a leitura de todo o conteúdo online. Para esse caso, é necessário que as imagens possuam boas descrições alternativas (ALT), do contrário, elas não terão uma boa experiência, pois não compreenderão as informações visuais que estão sendo transmitidas ali.
Qualquer conteúdo “não textual” relevante para compreensão da informação, deve trazer uma descrição alternativa em texto (alt text).
* Dados obtidos através de informações disponibilizadas pelo IBGE
O que deve ser melhorado
É necessário criar textos com descrições fiéis, sucintas e amigáveis. Algo que pode ser facilmente resolvido através de aplicações de técnicas de UX Writting;
Pode ser notado que o site não permite que a navegação seja feita através da tecla tab, uma vez que não há indicativo sobre o que a pessoa está selecionando. Esse ponto dificulta a interação de pessoas com redução de mobilidade nas mãos ou visual permanente/temporária. Deve ser alinhado com a equipe de desenvolvimento para que se utilize o focus no CSS e o tabindex no HTML, que servem para definir as mudanças que ocorrerão quando um elemento receber o foco do teclado.
Como ter uma boa acessibilidade pode te ajudar com o rankeamento do Google
O Google e os outros buscadores usam de algoritmos para calcular a posição que uma página deve ocupar nos resultados das buscas. Esses algoritmos são compostos de vários critérios que buscam compreender a relevância de um site para a palavra-chave pesquisada. No caso do Google, não se sabe exatamente quais e quantos são esses critérios. Mas pesquisas de especialistas e entrevistas com profissionais da empresa mostram que há ao menos 200 fatores envolvidos!
Além disso, podemos considerar que o algoritmo do Google é um usuário cego. Afinal de contas, ele percorre o conteúdo do site de forma automática, como um leitor de tela faz. A diferença é que um usuário cego consegue entender os contextos muito melhor que o Google. Logo, um site que está acessível para cegos e para as pessoas com outras deficiências vai ser percebido pelo buscador como um site mais relevante e bem estruturado.
“Quanto mais acima se está no mecanismo de busca, maior é o número de acessos – o primeiro resultado tem, em média, 32,9% de todo o tráfego.”*
Social Proof um fenômeno psicológico em que as pessoas fazem referência ao comportamento dos outros para orientar seu próprio comportamento. Essa tendência é impulsionada por nosso desejo natural de nos comportarmos “corretamente” na maioria das circunstâncias – seja fazendo uma compra, decidindo onde jantar, determinando onde devemos ir, o que dizemos, para quem dizemos e assim por diante.
O objetivo da Social Proof é ajudar os compradores a sentir que estão tomando decisões informadas que se alinham com as experiências positivas de outras pessoas.
Embora os compradores online sempre tenham preferido produtos com boas avaliações por estrelas, agora eles querem saber a idade do avaliador, ver quantos avaliadores ficaram insatisfeitos e qual proporção foi positiva. Além disso, os visitantes do site agora verificam as avaliações dos clientes para ver se os produtos realmente se encaixam em suas descrições oficiais.
Como as marcas como a Boden aplicam
Além de se atrelar com o Social Seeling, as redes sociais também oferecem uma Social Proof confiável, pois mostram como o produto se parece em ambientes do mundo real e mostram níveis ativos de satisfação do cliente. Essa abordagem é especialmente relevante para varejistas de produtos de estilo de vida.
A Boden traz isso de forma limpa e coerente, não sobrecarregando de informações aleatórias e que não ajudariam o usuário no momento da compra. Ela mostra como suas roupas ficam para clientes regulares usando um feed do Instagram. Sua loja online também permite que compradores em potencial visitem páginas de produtos enquanto olham fotos do Instagram.
Como impacta na experiência do usuário
É cada vez mais importante mostrar que as peças são vendidas para pessoas reais, em corpos e situações reais. Dessa forma, é possível transmitir mais confiança ao usuário, que poderá analisar o produto em condições do mundo real e avaliar se condiz com seu estilo, além de ter uma percepção da satisfação dos clientes que adquiriram o produto.
Como essa funcionalidade seria realizada
Num primeiro momento, seria realizado um MVP com a finalidade de testar a funcionalidade. As imagens seriam obtidas através de publicações dos clientes com a hashtag “tonoadorofarm” no instagram. As fotos que iriam para o site seriam escolhidas manualmente e relacionadas com os seus respectivos produtos. Sendo provada a sua eficácia, o trabalho poderia ser feito por uma inteligência artificial.
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A jornada no e-commerce não termina no checkout
Soa óbvio dizer que a experiência do cliente não termina no momento em que a compra é concluída, mas a partir deste momento se inicia uma etapa crucial na jornada do usuário.
É essencial entender que para o usuário a experiência é uma só, desde a navegação até a entrega. Qualquer problema durante este processo vai impactar negativamente em sua experiência e consequentemente sua opinião como um todo sobre aquela marca, produto ou serviço.
Na realidade, nem sempre essa jornada pós-checkout é tão simples e podem ocorrer uma série de problemas que minam a confiança e a tranquilidade dos clientes, fazendo com que a empresa receba várias aberturas de tickets no atendimento ou gerando grande volume de reclamações e avaliações ruins.
Um dos motivos disso acontecer é porque, diferente das etapas anteriores, essa passa a ser a etapa onde o usuário geralmente tem menos controle e visibilidade do processo, aumentando sua ansiedade.
Fatores que merecem atenção no pós-checkout da Farm
Não atualizar dinamicamente as informações de status do pedido
Oferecer informações desatualizadas, confunde, engana e gera impaciência e frustração.
Usar site de terceiros para que o usuário acompanhe sua entrega
Por mais trabalhoso e custoso que seja, é importante que sua própria empresa detenha o controle de todas as informações de envio e faça com que seus clientes permaneçam em seu próprio site/app, permitindo que acompanhem o envio do pedido.
Isso evita um vai e vem entre interfaces, que acaba custando tempo e exigindo grande esforço cognitivo dos usuários, além de poder gerar ambiguidade e mais confusão sempre que uma informação não corresponder ou correlacionar nas duas interfaces que são controladas por empresas de modelo de negócio distintos.
Mensuração dos resultados das funcionalidades e redesign
Com a finalidade de acompanhar as novas funcionalidades e comprovar suas eficácias, seriam utilizadas plataformas para a coleta de dados para verificar o comportamento dos usuários e se de fato as novas funcionalidades propostas trariam um impacto positivo nas métricas do e-commerce.
Framework Google H.E.A.R.T.
É um framework de medição de ROI do Google, que permitirá quantificar o retorno dado pela funcionalidade através de algumas métricas.
São cinco itens fundamentais para que o usuário fique satisfeito e continue interagindo com o seu produto. Portanto, são métricas que vão te ajudar a medir o seu desempenho, crescimento e sucesso, baseados na experiência do usuário.
Happiness - Felicidade
É utilizada para medir o nível de satisfação do usuário com seu produto ou serviço. São dados, geralmente, coletados em pesquisas qualitativas ou quantitativas, a fim de demonstrar o quanto um usuário gosta (ou não) do seu produto.
ENGAGEMENT - engajamento
Este item mede o nível de engajamento do usuário. Ou seja, tem como propósito calcular o quanto ele interage com o seu produto, bem como, a regularidade e a intensidade dessas interações.
ADOPTION - Adoção
Essa métrica visa medir a quantidade de novos usuários em um determinado período de tempo. Ou então, o uso das novas funcionalidades que você criou.
RETENTION - retenção
É utilizada para sabermos o percentual de usuários ativos por unidade de tempo. E, também, demonstrar como é o comportamento dos seus clientes frente às mudanças (ou falta delas) do seu produto ao longo do tempo.
TASK SUCCESS - sucesso da tarefa
Neste ponto você deve se preocupar com a usabilidade do seu produto. O quão fácil ou difícil é para o usuário realizar determinada tarefa, ou, se está efetivamente tendo seu problema resolvido com a solução que você propôs.
Testes A/B
O teste A/B é quando criamos duas versões diferentes de um mesmo produto e desejamos medir qual apresenta melhores resultados.
Vale lembrar que ambas devem ser aplicadas simultaneamente para um público semelhante, de forma aleatória. Depois, é feita uma análise para saber qual das duas demonstrou uma resposta mais eficiente, com melhores métricas. No nosso caso, essas métricas podem ser as do framework H.E.A.R.T..
Esse teste é bastante útil, na medida em que oferece um feedback preciso com relação ao desempenho do site, com base em números. Assim, não há espaço para suposições e “achismos”, já que o resultado, ao se apoiar em dados objetivos, comprova qual variante é mais bem recebida pelas buyer personas da marca.
Empresas como Google, Facebook e Netflix realizam testes A/B a todo momento, em busca melhorar a qualidade da experiência dos clientes com o produto.